quinta-feira, 5 de julho de 2012

Escritos

Encerro esta "temporada" do blog com alguns escritos de gente como a gente...




Feminino e Masculino - Parte 1
Fábio Sabiá

O agora é meu tempo,

Mas também conheço o passado.

Agora é que são elas?


Posse é mulher,

Dona é a mulher.

E eles? Instrumentos delas!


O olfato é deles, o perfume é delas

A guerra é deles, o motivo são elas.

Os rumos da Nação traçados por eles,

Para saciar os desejos delas

O terreno é dele, a casa é dele

Mas tudo é pra ela.


Homens mandando? Não!

Co-mandando, quem manda são elas.


A verdadeira lei é a ação moral.

Quem fiscaliza a moral? Elas.

Porque agradar a moral?

Para agradá-las.

  
A seleção da rainha é competição natural

Onde o poder se estabelece.

Beleza é argumento,

É política.


Política?! Sexual.



Que Venham
César Félix

Que venham as flores e através delas,
teu colo e a certeza do teu amor.
Que venham os problemas e acompanhado deles,
a paz e a rebeldia necessária para enfrentá-los.
Que venha o sucesso, acompanhado dele,
a certeza de que nada que se construiu foi sozinho.
Que venha teu corpo em fúria,
tua alma em chamas e teu pecado refletido em atitudes.


A água flui (aonde o som se esconde)
Assis Monteiro

Os dias passam e a água corre
triste-mente despenca acordes
desenha caminho nos barrancos
salpica insetos na superfície

Tive seca, por dias, sem água
sem saliva, sem lágrima, nada
durou corrosiva secura branca

E por fim que nasceu nascente
vibrou corrente, encheu lagoa
chiou pedra e estalou madeira

o cipó lambe o espelho d'água
distrai a correnteza tchuplam
assim transbordando este poço

e por fim que nasceu nascente
margem, profundo rio do tempo
carrega a vida, sendo destino
e o som que não esconde; vivo



"E tudo se perdeu entre nossos dedos, inclusive à vontade e o parir do agora, o olhar do tempo colorido, o refletido sonho em nossa memória. O hoje parece que pulsa ao contrário e a nossa juventude caminha sem rumo, sem endereço fixo, sem gosto, cambaleando procurando um prumo. Eu por aqui acerto o teu desenho, rabisco palavras e vejo o teu retrato. Daquilo que fomos perdeu-se a utopia, daquilo que somos só nos resta os fatos. Ontem pedia por um recomeço, hoje refaço obedeço a demora. Caduco um poema depois eu esqueço, eu olhei para o tempo e esqueci das horas". 
César Félix


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Se gostou, tem mais:
Assis Monteiro - Escritos de Assis
César Félix - São Demais os Perigos Desta Vida...
Fábio Sabiá - Fábio Sabiá


Créditos:
Foto - Mirela Patrício