Feminino e Masculino - Parte 1
Fábio Sabiá
O agora é meu tempo,
Mas também conheço o passado.
Agora é que são elas?
Posse é mulher,
Dona é a mulher.
E eles? Instrumentos delas!
O olfato é deles, o perfume é delas
A guerra é deles, o motivo são elas.
Os rumos da Nação traçados por eles,
Para saciar os desejos delas
O terreno é dele, a casa é dele
Mas tudo é pra ela.
Homens mandando? Não!
Co-mandando, quem manda são elas.
A verdadeira lei é a ação moral.
Quem fiscaliza a moral? Elas.
Porque agradar a moral?
Para agradá-las.
A seleção da rainha é competição natural
Onde o poder se estabelece.
Beleza é argumento,
É política.
Política?! Sexual.
Política?! Sexual.
Que Venham
César Félix
Que venham
as flores e através delas,
teu colo e
a certeza do teu amor.
Que venham
os problemas e acompanhado deles,
a paz e a
rebeldia necessária para enfrentá-los.
Que venha o
sucesso, acompanhado dele,
a certeza
de que nada que se construiu foi sozinho.
Que venha
teu corpo em fúria,
tua alma em
chamas e teu pecado refletido em atitudes.
A água flui
(aonde o som se esconde)
Os dias
passam e a água corre
triste-mente
despenca acordes
desenha
caminho nos barrancos
salpica
insetos na superfície
Tive seca,
por dias, sem água
sem saliva,
sem lágrima, nada
durou
corrosiva secura branca
E por fim
que nasceu nascente
vibrou
corrente, encheu lagoa
chiou pedra
e estalou madeira
o cipó
lambe o espelho d'água
distrai a
correnteza tchuplam
assim
transbordando este poço
e por fim
que nasceu nascente
margem,
profundo rio do tempo
carrega a
vida, sendo destino
e o som que
não esconde; vivo
"E tudo se perdeu entre nossos dedos, inclusive à vontade e o parir
do agora, o olhar do tempo colorido, o refletido sonho em nossa memória. O hoje
parece que pulsa ao contrário e a nossa juventude caminha sem rumo, sem
endereço fixo, sem gosto, cambaleando procurando um prumo. Eu por aqui acerto o
teu desenho, rabisco palavras e vejo o teu retrato. Daquilo que fomos perdeu-se
a utopia, daquilo que somos só nos resta os fatos. Ontem pedia por um recomeço,
hoje refaço obedeço a demora. Caduco um poema depois eu esqueço, eu olhei para
o tempo e esqueci das horas".
César
Félix-----------------------------------------------------------------
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Créditos:
Foto - Mirela Patrício
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