quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Uma Pausa

Quero agradecer a tod@s que acompanharam o blog ao longo do semestre. Vou dar uma parada para as férias de fim de ano, e pretendo retornar com material novo em breve.

Um grande abraço a tod@s e fiquem com Deus

Ed Diniz

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Mercado Informal

Os comerciantes de praia Williams e Manoel falam sobre a vida do mercado informal.



Créditos:
Música - Rap do Real (Pedro Luis e a Parede)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Por Outros Olhos

Uma conversa de fim de tarde com a chilena Marcela Bown sobre suas perspectivas a respeito do Brasil, incluindo questões sobre dicriminação, trabalho e identidade.

(Desculpem o meu amadorismo em ter deixado a lâmpada na frente do rosto de Marcela, mas a conversa foi bem divertida mesmo assim).



Créditos:
Música - Brasil Pandeiro (Novos Baianos)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Novas Fronteiras?

Em um mês, a decisão sobre a divisão do estado do Pará será votada em plebiscito. O assunto diz respeito não somente à população daquele estado, mas à população brasieira como um todo.

Nesta semana, fujo mais uma vez do formato de conversa em vídeo, tradicionalmente usado no blog, desta vez para trazer um texto do professor Jairo Souza, da Universidade Federal do Pará, problematizando não somente a questão da divisão do Pará, mas também a situação econômica e social do estado como um todo.



"Pelo Sim Pelo Não, Tenho Cá Minhas Dúvidas!"
Jairo Souza

No domingo do dia 11 de dezembro de 2011, o povo do estado do Pará participará de um plebiscito em que será votado a criação ou não de mais dois estados na região norte do Brasil: os estados do Tapajós e do Carajás, que se localizam dentro da área que compõe o atual Pará. Antes de tratar dessa questão especificamente, faço aqui um convite a uma reflexão. Creio ser importante pensarmos um pouco sobre a realidade desta região. Até porque corremos o risco de ficarmos na passionalidade do SIM e do NÃO que infelizmente tem pautado toda a discussão, deixando de lado importantes aspectos de relevância crucial para um debate mais lúcido, esclarecedor e menos passional sobre o próprio plebiscito e toda a região.

Tradicionalmente, a região norte é o espaço dos grandes projetos, e por conseguinte, da promessa de um futuro melhor para muita gente que se dirige ao norte do país. A falta de mão-de-obra qualificada sempre se configurou também numa das razões da enorme leva de trabalhadores para esta região, que nunca possuiu infra-estrutura para receber tanta gente em tão pouco tempo. Um exemplo foi a construção da hidrelétrica de Tucuruí nos anos 70, obra que chegou a ter ao longo de sua construção até 40.000 homens trabalhando. Na época, Tucuruí chegou a ser considerada a cidade do Brasil com o maior número de prostitutas, o que nos leva a pensar numa série de problemas e outras questões decorrentes de tal situação.

A riqueza e a potencialidade econômica do Pará sempre atraíram e atraem até hoje gente de todo o Brasil. O futuro desse estado está intrinsecamente ligado à mineração. Hoje, o Pará é o segundo estado que traz mais divisas para o Brasil, é o terceiro maior exportador de energia com o uso de hidrelétricas, o maior produtor e exportador de minério de ferro do mundo como unidade federativa e possui o maior trem de carga do mundo, com uma extensão aproximada de 4km de vagões, que faz várias viagens diárias saindo da região de Carajás para o porto de Ponta da Madeira no estado do Maranhão. Em julho de 2011, a companhia Vale começou a operar com navios no Maranhão com capacidade para levar até 450.000 toneladas de minério, valores e dados que, mais do que impressionantes, deveriam funcionar como fatores de desenvolvimento social para a sociedade da região. As discussões sobre o Pará são sempre superficiais e movidas com um tom de paixão, e se resumem ao sim ou não, sou contra ou sou a favor, como no caso de Belo Monte ou do próprio plebiscito em 2011.

Como sempre, crescimento econômico não necessariamente representa desenvolvimento para um país ou região. Este é o caso do Pará. O processo se intensificou com a privatização da companhia Vale do Rio Doce nos anos 90. A Vale hoje é uma das maiores corporações empresariais do mundo e responsável por lucros exponenciais a partir da extração do minério do solo paraense. Com essa empresa privada, isenta de ICMS, instituído injustificadamente pela lei Kandir, o cidadão brasileiro, e mais precisamente quem vive na região norte, fica privado de participar ou usufruir da riqueza extraída de seu próprio território. Os royalties que a Vale paga ao estado são mais do que uma obrigação social de uma empresa que "arranca" dessas terras recursos naturais não-renováveis. A exploração de toda a riqueza mineral e da própria região amazônica jamais se reverteu em desenvolvimento ou melhoria na qualidade de vida de seu povo. Há um paradoxo que se estabeleceu na região – o paradoxo das grandes riquezas, grande pobreza - os lucros gerados pela exploração dos recursos naturais são cada vez maiores, entretanto, para o povo só restam os números dos crescentes níveis de violência, aliada ao trafico de drogas e miséria que se alastram por toda a região. É como se fosse a maldição de viver em terras ricas. Quanto mais riqueza se extrai do lugar, mais pobre o povo fica. É como ganhar na loteria e ficar a cada dia mais distante de receber o prêmio.

Projetos como a construção de hidrelétricas (Tucuruí e mais recentemente Belo Monte na região do Xingú), o beneficiamento do minério e lâminas de aço (ALPA) que se implantam hoje na cidade de Marabá renovam as esperanças de um futuro melhor. Da mesma forma, o plebiscito em dezembro carrega consigo este sentimento atraindo, na esperança de empregos, milhares de pessoas que mais uma vez deixarão sua terra natal em direção ao sudoeste do Pará, um ciclo que se repete há décadas. Alguém ainda se lembra de Serra-Pelada com a promessa de ouro e riqueza? Nada disso, o que se vê em volta das cidades é a falta de infra-estrutura e a total carência de serviços públicos, os mais essências: falta saúde, educação e segurança, particularmente nas áreas chamadas de "invasões", sinônimos de favela. Na hora de decidir algo importante, quem toma frente às discussões são grupos empresariais ligados a partidos políticos no poder ou lutando por ele. Um agravante é o fato de os meios de comunicação de maior popularidade, TV, rádio e jornais, serem todos empresas privadas comprometidas com o interesse de famílias ricas da região e que manipulam a opinião pública ao seu bel-prazer e se comprometem apenas com questões comerciais e corporativas.

De acordo com Lúcio Flavio Pinto, jornalista paraense do município de Santarém (cidade candidata a se tornar capital do Tapajós) e um estudioso da região há muitos anos, o povo paraense está alheio a tudo o que se passa nesta região. "Faltam lideranças políticas" diz o jornalista, que acredita que o único nome do qual se lembram como líder político é o do ex-senador e ex-governador do estado Jáder Barbalho. Para Lúcio, Jáder representaria uma prova do quanto a região está longe de se libertar de um estigma de atraso, corrupção e abandono. As nações indígenas massacradas historicamente, a chamada "pistolagem" com uma lista infinita de assassinatos impunes e outros prestes a acontecer, a grilagem de terras e a complicada e também já questionada reforma-agrária são apenas algumas das questões que se "arrastam" por décadas; resultado da manutenção no poder de políticos corruptos e de um poder público eternamente ausente sempre com a desculpa das dificuldades de acesso devido à extensão continental do território. Além disso, o papel do homem público ou do político se camufla e se confunde com outros papéis sociais - a figura recorrente nessas terras é a do político fazendeiro, empresário e acusado de uma série de crimes. Inclusive, no caso de Jader Barbalho, mesmo impedido de assumir nas últimas eleições o cargo de senador porque foi condenado como ficha-suja, foi um dos políticos mais votados em todo o país. Alguns consideram-no o "Maluf" do norte do Brasil.

O jornalista Lúcio Flávio Pinto é um jornalista de vanguarda (um dos poucos) da região e aponta uma série de problemas na proposta de redivisão política e da criação dos estados de Carajás e Tapajós. Uma das questões levantadas pelo jornalista é o fato de nunca ter sido apresentado de forma clara um estudo que justifique a divisão geográfica da maneira como está proposta no novo mapa da região ou um projeto que se configure como legítimo de representatividade popular. Os movimentos populares, sindicatos trabalhistas, movimentos religiosos, pastorais da igreja católica, as nações indígenas e muitas outras organizações de cunho popular não participaram da construção desse projeto de novo estado; quando consultadas, é muito mais em forma de convite à aceitação de uma proposta já elaborada por grupos com interesses muito particulares e distantes de contemplar uma abordagem realmente democrática. Além disso, existem questões culturais, sociais e econômicas pré-estabelecidas entre determinados municípios que estão sendo completamente ignoradas no "desenho" dos novos estados e que, segundo Lúcio Flavio, só vão agravar ainda mais os problemas da região. O jornalista cita como exemplo dois municípios: Santarém e Altamira, que a princípio se localizariam dentro do novo estado de Tapajós. O problema é que as duas cidades não têm uma relação, nem vínculos econômicos e culturais muito fortes. A cidade de Altamira provavelmente ficaria ainda mais isolada com a criação do Tapajós, pois atualmente Altamira tem mais proximidade econômica com Marabá, que seria capital de Carajás, um outro estado. Tudo isso envolveria taxação diferenciada de mercadorias e aumento nos custos de circulação de produtos, já que Altamira e Marabá passariam a se localizar em estados distintos. Este é apenas um dos exemplos da complexidade da conjuntura em que se encontram as cidades dessa região. Não se trata aqui de discutir o SIM ou o NÃO do plebiscito, mas sim de problematizarmos e refletirmos sobre os prós e contras da criação de novos estados. Afinal, as mudanças previstas ou manutenção do atual estado interessam a quem?

Há também aspectos de cunho antropológico, como o de uma miscelânea cultural na região; fator muitas vezes contraditório, pois ao mesmo tempo em que a região atrai pessoas de todo o país em busca de emprego, não há um sentimento muito claro de pertencimento ou identificação com a região e nem há interesse algum de criar raízes com o lugar, fortalecendo sentimentos “bairristas” entre os habitantes de cidades como Marabá, um dos principais pólos da região. Muitos fazem questão de lembrar que até podem ter nascido no norte, mas sua família é originalmente de uma outra região do Brasil, mais desenvolvida e por conseguinte melhor. Estes sentimentos contribuem para que se mantenha um estigma negativo com o local onde se trabalha e onde se vive. O norte do Brasil, ainda hoje, vive sob um paradigma e um estigma de colônia, local "atrasado", de um povo "preguiçoso", lugar de onde se extrai o que se pode, para um dia se mudar e viver em um lugar melhor e não construir nesta região esse lugar. Desta forma, sem comprometimento dos locais e influenciados por uma lógica "burra" e distorcida de exploração, os recursos da região estão sendo consumidos em altíssima velocidade há anos e as questões sociais, como os investimentos no desenvolvimento humano (saúde e educação), ficam sempre em último plano.

A proposta de divisão, criação de novos estados ou de manter o atual Pará podem ter em si, se analisarmos, muitos aspectos positivos, entretanto, a forma como esses projetos se apresentam só demonstra que há muito mais um interesse na manutenção de uma política capitalista neo-liberal, de extração e esgotamento dos recursos naturais, sem uma prática sustentável (na melhor concepção possível do termo), e de consumo, exclusão social e criminalização dos movimentos sociais. Em outras palavras, independentemente do resultado do plebiscito em dezembro de 2011, não há sinais de um projeto popular de mudanças concretas, criado a partir da aplicação e usufruto dos recursos naturais de forma transparente, ou ainda, de uma política que se proponha a elevar a qualidade de vida do povo dessa região. Os partidários do SIM e do NÃO estão mais preocupados em conseguir um "lugar ao sol" junto aos seus pares do que com o estabelecimento de um novo paradigma para a região norte. Novos estados ou a manutenção do status quo representam muito mais interesses particulares em jogo do que um projeto com vistas num futuro melhor para esta região ou para o Brasil. Fica a pergunta: será que um dia o Pará se libertará de seu estigma de colônia dentro de seu próprio país? A resposta não parece ser tão simples quanto um SIM ou um NÃO em uma urna eletrônica.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Arte e Mídia

Uma conversa com a jovem diretora de Arte e Mídia, Danuska Freitas, que fala sobre o espetáculo teatral Blá Blá, de sua direção, que esteve em cartaz em Campina Grande-PB em 2010. A peça, que foi construída como trabalho de conclusão de curso da diretora, trata sobre questões identitárias no espaço virtual, através de um cômico bate-papo entre duas pessoas na Internet.




O site do projeto é: http://www.projetoblabla.com.br/index.html

Créditos:
Música – Realidade Virtual (Cidade Negra)

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Onde Você Mora?

Antônio JR Farias, arquiteto e músico, fala sobre como a arquitetura e a construção civil como um todo vêm lidando com questões de sustentabilidade no mundo contemporâneo. Além disso, ele fala também sobre projetos que misturam suas duas atividades, arquitetura e música.



A propaganda da cerveja ali atrás não foi intencional. Estávamos em um bar e não nos demos conta; fazer o quê?

Créditos:
Música - A Cidade (Chico Science & Nação Zumbi)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Corpo e Alma

Uma conversa com Thaís Fernandes, que é médium e estudante de enfermagem, sobre as relações que existem entre os tratamentos físico e espiritual (de acordo com a doutrina espírita).Thaís fala também sobre os filmes “Nosso Lar” e “Chico Xavier”, e sobre as explicações do espiritismo em relação aos conceitos de vida e morte.



Créditos:
Música - Across the Universe (The Beatles)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Música Independente

O músico Pedro Faissal fala sobre como é o cenário independente de música no Brasil. A conversa, que aconteceu no estúdio de sua banda, MeioFree, logo após uma apresentação do grupo em João Pessoa, foi filmada de forma bem descontraída pelo grande Antônio JR Farias, que conseguiu uns ângulos bem legais. Infelizmente, devido ao fato de que a conversa não havia sido planejada e foi gravada na câmera de um celular, o som ficou um pouco baixo (ironicamente), mas nada que uma aumentada no volume não resolva.



Para os que queiram saber mais sobre o trabalho de Pedro, aí vai um link do MeioFree:

MeioFree - http://palcomp3.com/meiofree/

Créditos:
Músicas - O Edson é Foda e Atravessando Mangabeira (MeioFree)

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Economia e Cidadania

Uma conversa com Isaac Wagner, um economista de centro-direita que tem um blog onde ele ensina economia para leigos. Isaac apresenta suas visões sobre questões como Copa do Mundo no Brasil, privatização dos aeroportos e o aumento do mínimo do cartão de crédito.



O blog de Isaac está atualmente sendo atualizado para aprimoramentos de metodologia. Quando estiver pronto, aviso aqui neste blog.

Créditos:
Música - Money (Pink Floyd)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Pesquisando Cultura Popular

Ela saiu de Santa Catarina, onde eu a conheci, para o litoral paraibano com o objetivo de aprender sobre o Coco, manifestação popular presente no meu lindo estado. Uma conversa com a paulista Marcela Muccillo sobre suas descobertas.



Créditos:

Música - Coco na Paraíba (Silvério Pessoa)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Esporte no Brasil

No embalo da conquista do basquete brasileiro de uma vaga para as olimpíadas depois de 16 anos, trago uma conversa com Guto Sousa, um grande fã do esporte (principalmente basquete) e do jornalismo esportivo no Brasil. Guto, que já teve um site especializado sobre basquete, dá suas perspectivas sobre o dinheiro público e privado no esporte, mídia esportiva, NBB e outros assuntos relacionados ao tema.



Créditos

Música: Ponta de Lança Africano (Umbabaraúma) - Joge Ben
Filmagem: Antônio JR Farias

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Sexo: Tabus, Preconceitos e Mídia

Deseo - Desire

Letícia Fernández é o pseudônimo de uma jornalista de 30 anos que atua em São Paulo e que criou o blog “Cem Homens.” Quando o blog começou, a proposta de Letícia era relatar sua meta de fazer sexo com cem homens em um ano. A ideia chamou muito a atenção do público e da mídia e o blog virou um sucesso; dentre outras coisas, Letícia foi entrevistada pela revista Playboy, teve reportagem na revista Época e seu blog tem mais de 100 mil acessos diários.

No entanto, o blog tem gerado muitas situações polêmicas. E foi através da mais recente delas que tomei conhecimento sobre o blog e sobre a Letícia. Na semana passada, a Rádio Globo veiculou uma entrevista com a jornalista, o que até aí não é nenhum stress. O problema foi que a entrevistada não era a Letícia. A situação tomou uma proporção muito grande para a jornalista e foi amplamente exposta por diversos veículos da mídia, a ponto de que a Rádio Globo emitiu um pedido público de desculpas pelo ocorrido.

O engraçado em tudo isso é que contactar a verdadeira Letícia não é nenhuma tarefa difícil, pois o email de contato dela está no seu blog. Então decidi pelo menos tentar entrevistá-la a respeito da situação com a Rádio Globo (acho que é a primeira entrevista dela sobre o assunto) e sobre outras questões abordadas no blog.

A Letícia foi não só bastante prestativa comigo, mas também muito bem humorada nas nossas trocas de email, além de bastante rápida para responder as minhas perguntas. Devido à intenção de não revelar sua verdadeira identidade, ela pediu para que a entrevista fosse realizada por email, algo que eu já esperava.

Portanto, nessa semana, fujo um pouco do formato de vídeo que tenho utilizado até agora, e que continuará a ser predominante neste blog. Além disso, a conversa é com alguém que não conheço pessoalmente e que tem se tornado cada vez mais famosa, aspectos que também fogem da minha proposta inicial. Mas essas são coisas das quais abri mão para ter uma conversa bacana com alguém que foi bastante simpática comigo e que tem muito para dizer. Espero que curtam…


Primeiramente, explica para quem ainda não sabe: de que trata o teu blog e de onde veio a ideia?

Meu blog é sobre sexo. Eu comecei narrando alguns dos meus encontros sexuais, mas depois acabou virando um espaço onde falamos (eu e os leitores) sobre qualquer coisa que tenha sexo/relacionamento como pano de fundo.

Você acabou de passar por um problema com a Rádio Globo. O que tem a dizer em relação à ética da imprensa brasileira?

A história é toda muito surreal. Eles jamais entraram em contato comigo para me entrevistar, então essa história de que eles foram ludibriados é balela. Onde ficou a apuração? Qualquer estudante de primeiro ano de jornalismo saberia como me encontrar.

Eles pediram desculpas publicamente, no site deles. Chegaram a desculpar-se pessoalmete com você?

Eles me mandaram um email com o mesmo texto que publicaram no site. Eu os questionei sobre algumas coisas, como, por exemplo, pra qual rádio do nordeste eles ligaram. Eles não quiseram responder.

Você é jornalista e portanto conhece a imprensa de dentro. A questão da Rádio Globo te surpreendeu?

Muito. Eu sei que existe sensacionalismo e que isso vende jornal e gera clique. Mas inventar uma história? Isso foi longe demais.

Como foi esse lance de ser chamada de "nova Bruna Surfistinha"? Como você encarou essa história?

Eu fico irritada com a comparação porque as pessoas usam o nome dela de maneira pejorativa, como se qualquer mulher que goste de sexo seja, necessariamente, uma prostituta. É só por isso. Eu sei que a intenção é ofender.

E o que você acha da maneira como a imprensa trata o sexo em geral?

Acho que a imprensa trata o sexo como um tabu. Entendo, também, que para algumas publicações seja difícil escancarar a coisa. Afinal, a suposta "moralidade" está presente em vários lares brasileiros - e as pessoas precisam vender jornal pra alguém. Só acho que, aos poucos, poderíamos dar alguns passos para a abertura da mente das pessoas.

Seu blog fala muito em tabus em relação ao sexo. Quais são alguns dos mais comuns?

Pode parecer bobeira, mas as mulheres têm até vergonha de se masturbar. Até isso é tabu!!! Mas o que eu vejo é que as pessoas têm muita dificuldade com os rótulos. Elas têm fantasias que não condizem com a ideia de "heterossexualidade", e não sabem onde se enquadrar.

Como esses tabus afetam as pessoas?

Elas sofrem muito. Muito. Recebo relatos muito doloridos de pessoas que nunca tiveram um orgasmo, ou que têm nojo do parceiro, ou que se sentem culpadas por desejar alguém do mesmo sexo.

Mas o mundo não esta mais aberto em relação ao sexo?

Bom, eu não sei. Há quem diga que está acontecendo uma "contra revolução sexual". Se é isso que está rolando, espero que paremos com tamanha imbecilidade.

Todos os caras com quem você transa sabem que você é "a" Letícia do “Cem Homens”? Se não, como é isso quando eles descobrem?

Não. Todos os homens sabem que eu tenho uma vida sexual livre, mas não que eu tenho um blog. Eu saí com alguns leitores, e eles encaram numa boa. Alguns sentem uma curiosidade incrível de como eu os descreveria. Como eu parei de fazer isso, ficou mais tranquilo.

Você fala bastante em pessoas que te escrevem com abusos, xingamentos e até desejos de morte. São todos homens?

Não!!! No Tumblr (http://cemhomenssemnocao.tumblr.com/) você pode ver que tem muita coisa de mulher. Triste, não? Nós bem sabemos como é não poder exercer a sexualidade plenamente, não deveríamos impor limitações aos outros. Grande parte dos xingamentos vêm de anônimos, então não dá para saber o gênero.

Existe muito machismo entre as mulheres ainda? Como ele se diferencia do machismo masculino?

Como eu disse na resposta acima, o machismo feminino é ainda pior. Eu também já fui machista; até hoje repito conceitos machistas. A gente é criada pra isso. Mas eu tenho lido muito, conversado bastante, analisado meu próprio comportamento. Ainda não consegui me livrar de todo meu machismo, mas pelo menos estou tentando melhorar. O grande problema da própria mulher ser machista é que ela fica tentando se adequar a um padrão que não é satisfatório, e acaba ficando com homens medíocres. E infelizes, claro.

Imagino que a Letícia, por mais que seja só um pseudônimo para você, acaba criando um outro lado seu, quase que como um personagem real. Isso ocorre?

Eu não sou só Letícia, mas sou Letícia também.

Como você lida com essa dupla personalidade?

As pessoas é que confundem mais isso. Eu não tenho nenhum grilo; me chamam de Letícia ao telefone, por exemplo. E eu respondo como se estivessem me chamando pelo meu nome real.


Para os que quiserem conhecer o blog da Letícia, aí vai o endereço: www.cemhomens.com

Créditos:

Fotografia e Iluminação: Gabriel Delgado
Licença: http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Além das Quatro Operações

Uma conversa com o professor Anderson Gleryston Silva Sousa, que já foi premiado em diversas Olimpíadas de Matemática, em níveis regional, nacional e internacional. Anderson, que foi aluno de escola pública, compartilha muitas das dificuldades pessoais e financeiras que teve que superar para poder estudar e fala também sobre as olimpíadas em si e o trabalho que realiza hoje com a matemática.



Créditos:
Música - Dezessete e Setecentos (Luiz Gonzaga)

O Murali, ao qual ele se refere no final da entrevista, é Murali Srinivasan Vajapeyam, com quem tive o prazer de estudar da sexta à oitava série. O Walfredo eu não conheço.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Trabalhando com a Morte

Essa semana, uma conversa bastante descontraída com Fablicio Jordão, “o homem do caixão”. Fablicio é dono da funerária Eterna Morada em Campina Grande, e conta algumas das peculiaridades do seu trabalho e situações bem inusitadas pelas quais já passou. Ah, e o nome dele realmente é Fablicio, com L depois do B.



Créditos:
Músicas - The Addams Family Theme Song & Thriller (Michael Jackson)

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Diversidade Sexual

Nessa semana, trago uma conversa com a Profa. Dra. Maíra Nunes sobre um assunto que tem sido muito discutido nos últimos meses: a diversidade sexual. Maíra compartilha seu ponto de vista sobre alguns dos temas relacionados ao assunto, tais como o papel da mídia nas discussões, manifestações homofóbicas e questões identitárias. A conversa foi gravada durante uma viagem de Campina Grande a João Pessoa, na Paraíba, e por isso às vezes é possível escutar o barulho do carro na estrada.



Créditos:
Música - Human Nature (Madonna)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Museu em Casa

Começo o blog com conversas que tive na minha terra, a Paraíba, entre julho e agosto desse ano.

No meu primeiro post, converso com o curador do museu da Universidade Federal de Campina Grande e colecionador de raridades, Daniel Duarte. Ele mostra alguns dos itens de sua coleção pessoal, como a primeira reportagem sobre a morte de Lampião, algumas xilogravuras e documentos oficiais raros.




Créditos:
Música - All Things Must Pass (George Harrison)
Vídeo enviado diretamente de Recife, da casa de Sânderson Dorneles

terça-feira, 28 de junho de 2011

Em preparação

As primeiras entrevistas do blog estão em fase de gravação e serão postadas em breve. Obrigado